As ferramentas de IA (inteligência artificial) têm conferido mais agilidade e eficiência aos processos, mas o componente humano ainda é fundamental para obter projetos de design originais, autênticos e de impacto.

Há muito que a discussão sobre as ferramentas de inteligência artificial (IA) já passou da fase de adotá-las ou não. Na área do design, marketing e comunicação, a muito tempo elas já fazem parte do dia a dia dos profissionais. Seja para ganhar tempo e eficiência, seja para aprimorar projetos e resultados, as ferramentas de IA têm permitido aos estúdios de design um salto qualitativo em seus processos.
Mas o componente humano, aliado à tecnologia, permanece sendo o segredo de uma entrega com bons resultados. A criatividade, a originalidade, a escuta empática, a análise do contexto cultural e a expertise dos profissionais são essenciais para encontrarmos as soluções mais adequadas para as marcas deixarem seu impacto no mundo. E isso, por enquanto, somente os seres humanos são capazes de entregar.
Em um mundo que se destaca pela rápida adoção de novas tecnologias, saber mesclar o que de melhor as ferramentas trazem com o melhor que as pessoas oferecem é a chave para criar soluções únicas e personalizadas no ambiente profissional. Uma pesquisa* global realizada pelo Google com o Instituto Ipsos mostrou que os brasileiros usam mais a IA generativa do que a média mundial. Em 2024, 54% deles utilizou alguma ferramenta de IA. Quando questionados sobre o uso em atividades diárias no ambiente profissional, 78% responderam que utilizam esses recursos para resolver problemas e aprimorar suas atividades, especialmente na busca de soluções inovadoras e análises de informações complexas.
Com o objetivo de ganhar eficiência e otimizar os esforços nas atividades repetitivas e que demandavam horas de trabalho, aceleramos nossas operações internas e liberamos tempo para nos dedicarmos ainda mais ao pensamento estratégico e criativo, dando uma resposta ainda mais ágil aos nossos parceiros e clientes.

A utilização da IA para pesquisa e imersão
Temos usado a IA especialmente na etapa de imersão e pré-aprovação em projetos de ilustração e conceituação. Com ferramentas como ChatGPT, Claude e Deepseek – modelos de linguagem generativos –, conseguimos acelerar e ampliar o desenvolvimento das pesquisas na fase inicial dos trabalhos, reunindo uma quantidade maior de referências e boas soluções de design em mercados análogos, além de informações de concorrentes com muito mais velocidade e volume. Isso é especialmente útil para elaborarmos briefings ainda mais detalhados e termos uma visão mais panorâmica dos mercados nacional e internacional, que vão compor a elaboração do benchmarking e o desenvolvimento do posicionamento das marcas e seus produtos.
Mas não só isso. A IA também tem nos auxiliado com o resumo de conteúdos, a organização de citações e a geração de dados que podem servir como ponto de partida para o estudo aprofundado do branding.
O tempo otimizado nesse processo representa, maior possibilidade de nos dedicarmos ao que mais gostamos de fazer: usar a nossa criatividade na estratégia e no desafio de encontrar a solução ideal e personalizada para cada marca ou produto.

Inteligência artificial aliada à criação da identidade visual
Há quem diga que o trabalho do designer está em risco. Mas a MAD é otimista com relação à inteligência artificial, porque sabemos que, por mais bela que seja uma criação desenvolvida pela IA, falta-lhe autenticidade e originalidade – e sem o trabalho e o olhar de designers, nada de realmente novo e impactante pode ser feito. Ela pode ser um ótimo ponto de partida, mas nunca deverá ser o de chegada.
Portanto, em nosso processo de conceito de identidade visual, utilizamos IA apenas na etapa inicial de validação. Midjourney, Visual Eletric e ChatGPT são alguns exemplos de plataformas úteis para criar imagens e também para gerar mockups, elas oferecem uma grande gama de variações possíveis em poucos segundos.
Deste ponto em diante, o trabalho passa a ser bastante manual e de refinamento do conceito. São os nossos designers que vão aprimorar e personalizar, acrescentando elementos, profundidade, personalidade e qualidade e, assim, criando a identidade visual da marca ou do produto de acordo com a estratégia definida. Há muitas camadas de aprimoramento para estes conceitos. Mas não se trata apenas do que está visível na tela ou na prova. O conhecimento e a experiência de cada pessoa envolvida acaba “impressa” na qualidade desse projeto.

O componente humano ainda é o coração dos projetos
Mesmo para obter a seleção de imagens adequadas, temos de elaborar prompts muito completos e estruturados. Quando não se sabe exatamente como e o que pedir, não se consegue uma resposta aceitável de nenhuma ferramenta de inteligência artificial. Não há solução automatizada perfeita. Ainda é o olhar minucioso e criterioso da direção de arte que faz a diferença.
O componente humano no briefing, na estratégia, na criação, no desenvolvimento e no refinamento continua sendo fundamental para o sucesso dos projetos. Até porque, é bom lembrar, que esses serviços trabalham com dados pré-existentes e com a replicação de padrões. Apenas a mente humana é capaz de ser disruptiva no sentido de criar um conceito ou uma imagem totalmente original e autêntica, e de tomar decisões acertadas analisando as nuances, o contexto cultural e a comunidade das marcas.
Antes e depois: o que a IA fez e o que realmente a MAD entregou
Daquilo que a IA entregou, por mais bem elaborada que seja a imagem, para a finalização do trabalho, a diferença é notável: o resultado final é um desenho muito mais autêntico e proprietário.
Isso fica muito evidente no projeto da nova embalagem que fizemos para Dr. Peanut, por exemplo. A referência de imagem foi manipulada em IA, mas nosso trabalho “humano” ilustrou, deu aprofundamento, qualidade, refinamento e mais camadas de criação e significado à peça.


Como um outro exemplo, em pesquisa com consumidores de uma grande marca brasileira, para entender melhor quais são suas percepções e motivações para compra de produtos da categoria, recebemos mais de 950 respostas. Para isso, utilizamos o Google Forms, organizamos as tabelas geradas separadamente pelo formulário e utilizamos a inteligência artificial para compilar a base de resultados. Este é um exemplo de processo que demandaria mais tempo da nossa equipe, mas, com alguns comandos, conseguimos retirar percepções e direcionamentos de ideias iniciais em pouco tempo. Assim, ganhamos mais velocidade para discutir sobre os dados e respostas gerando mais insights de valor para o projeto.
Limitações da inteligência artificial
Por mais que a inteligência artificial generativa avance e se torne cada vez mais assertiva, temos a certeza de que a arte, o design e as boas ideias, permanecerão essencialmente humanas – como já aconteceu em outros momentos da história, frente à entrada de novas tecnologias. Por que temos tanta certeza?
Porque somente uma pessoa é capaz de ouvir atentamente e com empatia as necessidades de um público ou uma marca, ter a sensibilidade para compreender os desejos implicados, elaborar um pensamento estratégico personalizado, trocar ideias com outros criativos afim de criar um conceito inovador, acessando diferentes perspectivas sensoriais e de conhecimento, e fornecer ao usuário toda uma expertise acumulada, não só de identidade visual e textual, mas também de representação simbólica e emocional.
Afinal, o ser humano é dotado de características complexas que o tornam único. Criatividade, emoções e estado de espírito influenciam os processos, tornando também cada criação personalizada. E é por isso que a IA não entra em todos os nossos processo.
Utilizamos a IA para melhorar textos de marca e partes de manifestos. Criamos as versões iniciais, adicionamos parâmetros e tiramos deles algumas partes que retrabalhamos. Aqui a IA funciona como uma professora de redação, que ajuda a conectar melhor as frases soltas.
Porém elas não são capazes de analisar as nuances culturais e identitárias de cada marca ou região em que seus produtos estão inseridos. A maioria das vezes a inteligência artificial deixa de ser “generativa” e passa a ser “generalista”.

Design feito por pessoas e para pessoas
Em um mundo em que as IA’s tendem a pasteurizar o trabalho artístico e tornar tudo muito igual ou semelhante – num processo conhecido como achatamento cultural –, somente o componente humano é capaz de fazer a diferença e tornar as marcas extraordinárias. É por isso que todo o processo criativo da MAD continua como sempre foi: desenvolvido por pessoas e para pessoas. Mas com o uso racional da inteligência artificial a favor da nossa criatividade.
Em resumo, as ferramentas de IA’s vieram para ficar e estamos otimistas com relação às potencialidades que elas trazem para o design, para as empresas e para a humanidade. Mas acreditamos que elas não vão substituir o envolvimento, as emoções e a sensibilidade humana.
Venha impactar com a MAD Creative.
